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Segundo o Ministério da Saúde, a doença que causa dores crônicas e pode desenvolver infertilidade atinge 10% das brasileiras.

Dói e muito! Certamente você conhece ou é alguém que sofre com cólicas menstruais. Apesar de comum, esse problema pode indicar algo mais grave: a endometriose, condição que pode amplificar as dores a níveis incapacitantes, independentemente do período menstrual.

De acordo com o Ministério da Saúde, 10% das mulheres brasileiras sofrem com a endometriose. Mas, apesar de ser comum, muitas vezes o diagnóstico, quando é feito, não é feito corretamente. Isso ocorre devido a lentidão nos atendimentos e na noção equivocada das mulheres de que as cólicas menstruais são saudáveis. Felizmente, a situação tem ganhado visibilidade e o número de diagnósticos cresceu 70% entre 2022 e 2024, quando foram registrados 145.744 relatos no SUS.

Mas o que é a endometriose?

Todos os meses, o organismo se prepara para a fecundação de um óvulo. Parte desse processo é revestir o interior do útero com um tecido chamado endométrio.

O endométrio serve para fixar o embrião ao útero e nutri-lo até que a placenta esteja desenvolvida. Porém, caso o óvulo não seja fecundado durante o período fértil, o endométrio se desfaz e é expulso pelo canal vaginal. Essa expulsão é nada mais do que a menstruação.

Esse processo se repete e um novo endométrio é formado para cada ciclo menstrual. (Muito bonito, não?)

Mas o problema é quando o endométrio cresce em locais além do interior do útero, como nas trompas, ovários ou mesmo em órgãos vizinhos, a exemplo do intestino e da bexiga.

Esse crescimento fora do útero causa cólicas, dores ao ir ao banheiro ou ao ter relações sexuais, constipação, hemorragias e pode até mesmo provocar infertilidade.

Inclusive, as famosas cólicas menstruais são um sintoma de que algo não está certo lá embaixo. Sentir dor nunca é natural.

Sinto alguns desses sintomas. O que devo fazer?

O primeiro passo é procurar auxílio de um médico ginecologista. Na rede pública, a entrada é sempre pelas Unidades Básicas de Saúde.

O tratamento deve ser feito durante toda a idade fértil e pode incluir remédios, atividade física, dietas e pode ser necessária a intervenção cirúrgica. Mas atenção: Somente um médico poderá prescrever o melhor tratamento.

Porém…

Para este texto, apresentamos apenas dados do Ministério da Saúde. São confiáveis, mas dizem respeito à realidade de um país enorme e não refletem exatamente a situação da cidade de Alagoinhas.

Por aqui, a Lei Municipal 2.696/2023 orienta o município a divulgar as ações disponíveis contra a endometriose no SUS e a gerar dados para o monitoramento dos casos. Infelizmente, apesar da inclusão do Dia Municipal de Luta contra a Endometriose no Calendário da Saúde, os diagnósticos, ainda hoje, não foram consolidados em estatísticas.

Além disso, a Prefeitura não desenvolve políticas públicas claras, ou de longo prazo, para alcançar as mulheres e atendê-las com qualidade e celeridade. Este cenário desolador é evidenciado quando se nota que, para as mais de 80.000 mulheres alagoinhenses, há apenas 2 ginecologistas disponíveis na rede municipal. Segundo a SESAU, há planos para ampliar esse atendimento através do Edital de Chamamento N° 001/2025, publicado em março deste ano.

Contudo, o edital prevê a contratação da mesma quantidade de 2 ginecologistas para a Policlínica Municipal e mais uma ginecologista-obstetra. Todas com carga semanal de 12h.

Quero saber mais!

Para discutir essa disfunção e as melhorias no atendimento às mulheres, assim como esclarecer a noção do público sobre a endometriose, a Câmara Municipal, por meio de requerimento da Vereadora Luma Menezes, realizou uma Audiência Pública.

Nessa Audiência Pública participaram os representantes da SESAU; da SEDES (antiga SEMAS); O médico, Dr. Maurício Campos, da facudade Estácio; A médica ginecologista Dra. Rosália; Dra. Jamily Araújo, da OAB Muher e Renata Fortaleza, do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher.

“A endometriose é medo, pânico e insegurança (…) Endometriose é ‘Eu vou coseguir gerar o meu filho?'”

Dra. Rosália.

Segundo Liana Cajado, representante da SESAU, 24 mulheres aguardam por uma cirurgia para endometriose na fila da Central de Regulação na cidade. Por outro lado, Luma destacou que dessas, 3 precisariam esperar 8 anos por uma cirurgia, caso o rítimo da regulação se mantenha em 3 atendimentos por ano.

A íntegra da Audiência Pública está disponivel no YouTube da TV Câmara de pode ser assistido abaixo:

ASCOM – Luma Menezes.

Prezada(o) jornalista, esta e muitas outras matérias estão disponíveis gratuitamente. Para recebê-las em primeira mão, clique aqui.

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Luma Menezes
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