Hoje, dia 15 de setembro é o Dia Internacional da Democracia, data comemorada desde 2007, quando foi aprovada pela Assembléia Geral da ONU. Dia do regime que garante a igualdade entre cidadãos e decreta a decisão do povo.
É lei, a Constituição Federal afima que o Brasil não tolera regimes autoritários. A carta-magna de 1988, é reconhecida como uma das melhoras do mundo por trazer em sua essência a saudade da democracia.
Após décadas de ditadura, a legislação antecessora, havia sido desfigurada a tal forma que somente um novo texto poderia restaurar as liberdades dos cidadãos. Direitos hoje consolidados como liberdade de expressão e de reunião estavam entre os revogados.
Foi então que o Presidente Sarney, convocou uma constituinte. A Assembléia era tomada por vozerios de diversas classes como indígenas, sindicalistas, empresários, estudantes e agricultores de todo o país que defendiam seus interesses nas Sessões.
Cartas de todo o Brasil chegavam ao Congresso Nacional com ideias para a nova lei máxima, reação esperada da população que há anos não podia participar das decisões e queria recuperar o tempo perdido.
Foi após 1 ano que Ulysses Guimarães disse “…promulgamos o Estatuto do Homem, da Liberdade e da Democracia”. Estava iniciando um tempo mais suave.
E para celebrar o mais precioso bem da república, relembre a participação decisiva das juventudes para a democracia em seus momentos de instabilidade.
Em 1964 a democracia brasileira sofreu um duro golpe, quando foi sequestrada por 21 anos. O mais sombrio período da história recente do Brasil, não foi combativo apenas contra artistas e jornalistas, mas era implacável na perseguição a grupos tão questionadores tanto, os jovens.
Logo no começo do novo regime, a Lei Suplicy de Lacerda foi criada para dissolver as organizações nacionais de estudantes, que passaram a ser repreendidas, inclusive com violência. Das 436 vítimas fatais do regime, 125 eram estudantes. Entre eles, Edson Luís de Lima Souto, primeira vítima oficial foi morto por organizar protestos pró-democracia em 1968.
Foi graças aos jovens como Edson, naturalmente mais progressistas que as mais antigas gerações, que as avenidas foram ocupadas pelas Diretas Já. Não tão jovem, mas simpático à causa, Leonel Brizola, ferrenho defensor da democracia, disse “Vocês são o nosso país” por conta de seu idealismo.
Essa afinidade com a revolução foi decisiva em outro momento crucial para a democracia no Brasil, as eleições de 2022. Foi através de uma mobilização nacional de incentivo à participação eleitoral dos maiores de 16 anos, que houve um número récorde de novos títulos e de mesários volutários desde a criação da Justiça Eleitoral.
Os votos dos eleitores novatos foram decisivos para uma disputa eleitoral apertada, mas vitoriosa contra a candidatura que insistia em flertar com o autoritarismo e enaltecer os horrores da ditadura.
O potencial político das Juventudes como relatado, é imenso, mas é propositalmente enfraquecido. É comum o desinteresse das pessoas pelo universo político, enquanto as mais jovens, perdem as esperanças de realizar qualquer mudança positiva com a política.
Para combater essa desesperança, o remédio é o conhecimento. Saber como a política funciona em teoria e prática e formar novas lideranças é a chave para as Juventudes contribuírem com comunidades melhores.
Novos olhares e vontade de mudança devem ser estimulados sempre, e de preferência em sua própria linguagem. Fazemos, então, uma sugestão.
Descubra o Lúmen, projeto de educação político. Onde Luma de maneira imparcial ensina conceitos políticos em vídeos curtos. O projeto está disponível aqui no site com tradução em libras para oferecer mais acessibilidade.
No primeiro módulo já disponível, o Lúmen explica o conceito, a origem e os tipos de democracias. Assista aqui.
Guilherme Bitencourt para ASCOM – Luma Menezes