Sessão Especial de Dia da Água traz debate com especialistas

A Sessão entregou certificados e coletou assinaturas para preservação de corpos d’água

Luma, Letícia e Luis na mesa da Sessão - Foto: Eduardo Perrone
Luma, Letícia e Luis na mesa da Sessão – Foto: Eduardo Perrone

Convocada pela veradora Luma Menezes, a Sessão Especial do Dia Mundial da Água contou com palestras ministradas pela professora Jandira Dantas, a bióloga Letícia Bispo, e pelo professor Luis Roberto. Os presentes, além do conjunto de estudantes da rede municipal e da Pastoral do Menor, também estavam a Imprensa, Embasa, SEDEA, e o SAAE, que assistiram às falas e manifestaram a importância do debate.

Todos receberam um certificado de presença e a possibilidade de declarar apoio num abaixo-assinado para o tombamento das bacias hidrográficas de Alagoinhas. Para os estudantes, foi oferecido um lanche na saída do evento que contou com apresentação musical do Projeto Trilhart, que desenvolve a cultura e a arte nos jovens.

O que foi dito?

A primeira a falar foi a professora Jandira, que é doutora em Políticas Sociais e Cidadania e mestre em Bioenergia. Jandira trouxe uma reflexão crítica à maneira como encaramos a água, condenando a escassez fruto do capitalismo, ilustrando com a falta de estudos sobre impactos da plantação e eucaliptos e a redução da vazão do Rio Subaúma.

Em seguida foi Letícia, que é graduada em Ciências Biológicas e foi voluntária no Núcleo de Estudo de Matas Ciliares e Nascentes da UNEB. Ela trouxe em fotos os relatos das pesquisas das quais participou. Letícia denunciou o desligamento e a falta de manutenção em estações de tratamento de esgoto. Segundo ela, essa atitude resulta no descarte do esgoto bruto nas bacias d’água, e assim contribui para a poluição descrita como crítica.

Além dela, o Professor Luis, que é PhD em Saúde Ambiental pela Universidade de Londres e leciona em Saneamento, ressaltou os cuidados com o lençol freático de Alagoinhas. As ameaças descritas por ele foram a contaminação do solo e a extração sem a observância de um limite que garanta a saúde das nascentes e o abastecimento dos munícipes.

Em alívio aos descasos, o Professor mostrou o orgulho que sentiu na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, política que foi referência nacional e construída com participação da comunidade. Foi enaltecido por ele, o sucesso que o plano teve na redução dos índices de contaminação da água bombeada após uma série de ações práticas.

O mais visível dos problemas é a contaminação dos corpos d’água da cidade, consequência de uma falta de conscientização pública, pois muitas das instalações de esgoto são feitas irregularmente e desaguam nas redes de drenagem, que desembocam diretamente nos rios e lagoas próximos.

Além da observação enquanto recurso, a sessão abrangeu a água sob a questão da infraestrutura. Luma se pronunciou sobre as reclamações dos frequentes alagamentos na região da Rodoviária. Após manifestações de uma internauta, a vereadora criticou a realização de obras que durante o período eleitoral não foram devidamente planejadas, como o asfaltamento do Mangalô, que impermeabilizou 8,4km de pista sem a instalação de nenhum sistema de drenagem na região.

  • Luma dirigiu a Sessão - Foto: Eduardo Perrone
  • Luma e Letícia conversam - Foto: Eduardo Perrone
  • Joanderson, estudante do CMA e membro do Projeto Trilhart canta na abertura da Sessão - Foto: Eduardo Perrone
  • Platéia - Foto: Eduardo Perrone
  • Presentes posam no plenário - Foto: Eduardo Perrone
  • Professor Luis discursa - Foto: Eduardo Perrone
  • Vereador Thor e platéia aplaudem a sessão - Foto: Eduardo Perrone
  • Foto: Eduardo Perrone
  • Foto: Eduardo Perrone
  • Luma presta entrevista à rádio Boa FM - Foto: Eduardo Perrone
  • Estudante exibem certificados - Foto: Eduardo Perrone
  • Representante da EMBASA esteve presente - Foto: Guilherme Bitencourt
  • Criança admira certificado - Foto: Guilherme Bitencourt
  • Crianças exibem certificados - Foto: Eduardo Perrone
  • Luma, Letícia e Luis na mesa da Sessão - Foto: Eduardo Perrone
  • Professora Letícia - Foto: Eduardo Perrone

Relatos

Luma Menezes

Após o encerramento da Sessão, Luma disse que a intenção da sessão foi trazer de volta aos alagoinhenses, um sentimento de pertencimento. Ao expor sobre o sentimento descrito, falou “Foi incrível ver o Professor Luis Roberto apresentar sobre o início do Plano Municipal de Saneamento lá em 2001, eu faço questão de falar isso: Eu tinha apenas 5 anos. (…) Se mobilizaram para Alagoinhas ser pioneira nesse projeto que o Brasil só veio a ter anos depois, sendo que Alagoinhas foi referência internacional”.

Luma então mostrou estar inconformada por Alagoinhas ter perdido o progresso que havia conquistado dizendo “O que é que aconteceu de lá até aqui, 20 anos depois, que nós não conseguimos avançar nessa pauta?”.

Thor de Ninha

Único vereador presente, Thor assistiu atentamente à sessão. Ao final do evento, ele afirmou achar a sessão importante para mostrar que a água não deve ser privatizada, posição que foi legitimada pelo professor Luis.

Sobre a diferença entre a responsabilidade que Alagoinhas tinha com a água e o descaso atual, ele afirma ver com tristeza e desenvolve “Eu participei com o professor (Luis) Morais da elaboração do PMSA e tivemos diversas políticas públicas que garantiam direito para a sociedade em relação ao saneamento ambiental, à água, tanto na Zona Urbana, como na Zona Rural. É porque os governos que sucederam não deram tanta importância ao saneamento ambiental”.

Letícia Bispo

A palestrante disse em entrevista que a manutenção das lagoas oferecida pelo Poder Público não é o suficiente, para isso ela relata “Não é só como eu tenho observado que foi passada até uma escavadeira dentro. Tirou sim uma boa quantidade de macrófitas. Porém não é só isso. Melhorou um pouco a qualidade, mas não é só isso, tem que ser um acompanhamento, um trabalho contínuo”.

“Existem sim algumas estações de tratamento. Existe na Lagoa da Feiticeira, existe na Fonte dos Padres, porém estão desativadas (…) Já que o poder Público não teve outra técnica de desviar aqueles esgotos que estão sendo lançados diretamente na lagoa, no mínimo precisam ser reativadas para que se faça esse tratamento” afirmou para indicar que a busca pela revitalização deve começar pelo Poder Público.

Vem ver

Assista abaixo a íntegra da Sessão transmitida pela TV Câmara.

Guilherme Bitencourt para ASCOM – Luma Menezes

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Luma Menezes
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